28.7.13

Literatura e esperança



A literatura é sempre alma pura. Viver é um ato de imprudência. Escrever é uma ação da liberdade. Quando encontramos a noite no meio do dia, significa que a alma exige mais poesia. Quando encontramos luz, no meio da noite, significa que começou a esclarecer o que é obscuro.
No seio de cada um existe um turbilhão. Paixão é coisa que acontece. Amor é um talvez que ninguém entende. Todos conhecem e sabem prescrever milhares de fórmulas mágicas sobre a vida. Mas automedicação é sempre desaconselhável. O que fazer com aquilo que arde no peito e se espanta diante do infinito da existência? Persistência. O tabaco e o álcool agem sobre os neurotransmissores. Drogas depressivas ou realistas? Persistir é uma ação que exige paixão.
Quando não nos apaixonamos, não nos encontramos não nos entregamos, não chegamos aos objetivos.
Dizia um velho sábio, assim como se aceita como sabedoria tudo o que vem dos velhos:
- "Pequeno filho, sonhe à vontade e a seu prazer. Mas não sonhe o suficiente para que não tenha tempo de viver."
Escrever é transbordar sonhos, vida, noite e dia. Escrever é sonhar na forma de poesia. Escrever é viver a tristeza com gosto de alegria.
A filosofia é algo muito estranho. Faz pensar que às vezes você pode ser maior que o teu tamanho. São tantas ideias que começam a chegar na cabeça. Filosofia é saber morrer antes que você padeça.
A literatura é sempre alma pura. Por mais intensa que seja a amada, nunca terá amor que sempre dura. Viver é uma coisa bem esquisita. Existe beleza onde há feiura. Às vezes, existe face feia que tem alma bonita. Beleza, inteligência e vida, é coisa rara que só se encontra na literatura.
Solidão é um desafio sombrio. Nenhuma sombra faz sentido se não houver um ente querido esperando do outro lado. Paciência exige muito esforço e incerta recompensa. Por que correr o risco? Toda festa exige música, risos, bebidas e petisco.
Literatura é coisa inútil, mas mesmo assim, teimam em escrever. Antes de questionar a utilidade de alguma coisa, pergunte antes se é útil viver.
Não sei por que escrevo. Não sei que sentido isso tem. Escrevo porque as palavras não ficam quietas no pensamento. Escrevo porque os sonhos também são vida. Escrevo porque a solidão é uma atitude. Escrevo porque a poesia nasce repentinamente. Escrevo para deixar na dúvida, se sou feliz ou vivo tristemente.
A literatura é sempre alma pura. Não confie no que escrevem os poetas, são atormentados constantes. Nunca acredite nos literatos, só espalham boatos. Mas afinal, em quem confiar? Confie apenas nas crianças, são as únicas que vivem sem nada precisar...

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