28.7.13

Tristeza que visita


Às vezes a Tristeza bate à porta. A recebo simpático. Sirvo-lhe uma dose de uísque 12 anos; uma taça de vinho rubi do Porto ou uma espumante, à sua preferência. Tem gosto refinado a Tristeza. Sentamos lado a lado e temos nosso momento. Ela me visita de quando em quando. Às vezes vem vestida de Angústia. Outras vezes fantasiada de Saudade. Há dias em que se enfeita com um colar estranho de pequenos Medos redondos. Sempre a deixo entrar, pois ela tem seu valor também. Fica por pouco tempo, alguns minutos, até algumas horas, mas nunca permito que permaneça por mais de um dia. Quanto terminamos nosso desregrado encontro, dou-lhe um abraço amigo. Abro a porta e ela sai. Sai com mais pressa do que chegou. Ela sabe que correr perigo se ficar muito pois eis que a Alegria já está se espremendo pelas frestas, transbordando pelas janelas e enchendo todo espaço novamente. A Alegria não bate à porta, entra. Não pede bebida, serve-se à vontade. Não senta ao meu lado, me despe e vai logo me amando. Não veste fantasias nem usa colares estranhos. A alegria vive em mim. A tristeza apenas me visita. Regras são regras, e minha regra é de que moradores tem preferência à meros visitantes.

Anjo torto



A noite passada um anjo torto veio me visitar. Pediu gentis desculpas pela sua "desangelical" beleza, mas era o único anjo que aceitou me dedicar alguma atenção.
- "Não te preocupe com isso, meu caro." Falei ainda confuso. "Pois eis que também sou torto na minha forma de ser."
Sentou-se sobre o criado mudo ao lado da cama. Serviu-se de uma taça de vinho. Olhou distante. Depois degustou o vinho em silêncio. Aguardei também silencioso. Afinal, quem seria ousado de interferir naquilo que os anjos fazem. Por mais estranho que sejam?
Serviu outra taça de vinho e a colocou no chão, logo à frente dos seus pés pequeninos que balançavam no ar. Suas asinhas reluziam ouro. Exalava um perfume de lírios do campo. Olhou nos meus olhos com tal profundidade que me senti constrangido. Disse-me, então:
- "Ser um pouco torto às vezes é bom, porque nos possibilita ver a vida como ela é, ao invés de imagina-la sempre reta."
Continuei em silêncio. Um silêncio inquietante que elevou minha taquicardia à milionésima potência.
- "Vim apenas dizer que um anjo belo, cujo sorriso furtou do Deus Sol, virá amanhã para te encontrar."
Pegou a taça de vinho no chão e saiu apressado pela janela.
Dormi como se fosse só um desses sonhos malucos que o inconsciente traz.
Hoje acordei com a esperança na alma. Com um pouco de dúvida e estranheza passeio o dia desejando que o sonho poderia ser real.
Chegou a noite novamente. O sol brilhou e não recebi a visita do anjo anunciado.
Vou dormir novamente, sem desejo de sonhos místicos. Não quero saber dessa história de anjo torto pregando mentiras malvadas com o coração. Contudo, deitarei em meu leito com uma dúvida:
- "Foi pura maldade ou preciso aprender a não duvidar do improvável para que o provável aconteça?"

Que assim seja



Que o dia seja vento.
À noite seja furacão.
Que a tua vida seja meu pensamento.
O pensamento: realização.
Tempestade que traz calma.
Alma que se agita ao te ver.
Que o sol seja vida e a lua do teu viver.
Que o desejo seja ardente.
Arde o corpo no quente abraço teu.
Que este verso deixe de ser esperança.
Que a presença mate a ausência.
Que o dia seja vento soprando a noite para nos acolher.
Que a vida seja momento.
Que o eterno seja o breve.
Que a brevidade traga a realidade de ter você.

Cardápio


Uma porção de trabalho salpicado com intervalos regrados de poemas curtos.
Mexer constantemente com boa música. Atenção! Precisa de leveza.
Repousar em reflexão de tempos em tempos para não deixar com sabor de saber enlatado.
Separe um espaço no pensamento para refogar um amor distante ainda não realizado.
Para acompanhar: uma taça de vinho do porto, intenso rubi.
De sobremesa um pouco de esperança porque o futuro é o hoje em concretização.

Gramática, Lágrimas e um Cigarro.


Aquele sentimento estranho, que às vezes faz a alma chorar, chegou novamente na sexta-feira à noite. Dias são apenas dias, mas o que acontece neles não são apenas acontecimentos. Quando chegou, abriu uma garrafa de vinho. Boa safra que reservara com carinho, justamente para os dias que acontecem coisas que fazem a alma chorar.
Não era tristeza. Tão pouco era angústia. Estava feliz. Mas alma também chora de alegria. Embora alegria e felicidade não sejam sinônimos. E existe gramática para dizer o sentimento? A gramática é fria. Quente mesmo é a poesia, Por esse motivo que a gramática foi gentil e liberou o que chama de “liberdade poética”.
“PRONOMINAIS
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.” (Oswald de Andrade)
Ninguém lhe deu um cigarro. Fumou o tempo e secou as lágrimas, sem se importar com a gramática. Analogia é permitido.
Quando tempo para movimenta o pensamento. Movimento turvo e complexo. Direito de quebrar a regra pra fazer nascer um verso. Técnica ou vinho demais? O que importa não é a regra torta que se aprende no colegial. O que faz valer a pena é se a alma fica serena após a primeira taça.
A Alma chora. O corpo implora. A razão desfaleceu. Morreu sufocado sem ter beijado a amada que conheceu. Que coisas aconteceram? Por que a alma chorou? Porque ama demais ou porque descobriu que nunca amou. Por favor, “deixa disso camarada, me dá um cigarro.”

Esclarecimentos

- Do que se trata?
- Das linhas ainda não escritas, das palavras ainda não ditas, do olhar ainda não confirmado revelando a sinceridade das palavras proferidas, trata-se de vida, de sonho, de fantasia, de magia que parece mágica, mas é real, trata-se simplesmente disso, um texto em co-autoria sobre vida, alegria, carnaval com o aval da carne e dedicatória da alma.

Fluir



Flautas fluem canções,
Flores dançam ao ritmo do flautista.
Corações colhem flores na floresta.
Fluir para além da alma.
Canções de poeta.
Flores discretas.
Alma de artista.
Fluir.

Gelo na calçada



Sentados na calçada lúgubre e fria,
homens de gelo refletem.
Diante dos transeuntes frios e calçados,
homens de gelo derretem.
Lado a lado, em fileira mórbida.
Cabisbaixos e indiferentes.
Homens de gelo sentados na calçada,
observados por tanta gente.
O que querem dizer?
Nada dizem.
Derretem.
Quais são mesmo os homens de gelo?
Os que enxergam com olhar quente ou
os que se desmancham em agua viva
diante de tanta gente?

Temporais


Os anos são contadores equivocados
Questionam tempos não vividos.
Perdem tempo com tempos errados
Necessário é viver os tempos vindos.
O tempo futuro supera os passados.
A derme coberta de derme descoberta.
Despertar é hoje, é infinito.
Viver o que se vive é porta aberta.
Tempo ido, tempo vivido, tempo de passar o tempo.
Cobertos de derme
Banhados em pensamentos.
Nunca é viver demais
Apesar dos temporais.

Caçada


Hoje sai de mansinho pra caçar passarinho.
Pedra e bodoque na mão.
No coração, um punhado de esperança.
Como no tempo de criança,
Passar o final de semana no meio do mato.
Comer bergamota, atirar pedra em vespeiro,
Só pra ter o porquê correr.
Sai assobiando, com galochas de borracha.
Ir para um lugar onde ninguém me acha.
Roubar melancia da lavoura da própria tia.
Depois, bem devagarinho, assustar os gatos do vizinho.
No final da tarde de domingo, ouvir um grito vindo lá de baixo do monte:
- "Vem pra ‘caaassaaa meniiino’. É hora de tirar o ‘leeiiite’ ."
Gritava minha mãezinha.
Descia correndo, igual cabrito.
É um dever atender, da mãe o grito.
Rola pedra.
Pega espinho.
Igual gata-cega desviando o caminho.
- "Pegou muitos?" Perguntou a mãezinha;
- "Já fiz a polenta."
- "Peguei nada, mãe, hoje é só polenta que tem.
Deixei-os voando, vou caçá-los semana que vem. "

Aula

Silêncio!
Pediu o professor exigente.
Ensinou muita ciência.
Mas a verdadeira sapiência,
não deveria ensinar a ser gente?
Isso nem sempre se aprende na escola.
A vida autêntica não admite "cola".
" - Você precisa aprender", dizia o professor.
A aula deveria ensinar menos argumentos e mais amor.

Saber


Ensinava gramática.
Não sabia que prática tem mais valor.
A teoria, às vezes se aprende depois.
Saber ser sozinho é apreender a ser dois

Gestor



Pensava ser gestor só porque era professor.
Não aprendeu a lição.
Ensinava sem saber
que avida é constante aprender.
Reprovou o aluno burro
Sem saber que os apuros
é que ensinam a viver.

Lição



Enquanto professor fez coisa alguma.
Apenas provocou o pensar.
Arrependido porque o aluno
não havia compreendido.
Fez repetir a lição,
Mal sabia ele em sua egocêntrica sapiência,
Que vida é mais amor do que ciência.

Incerteza


Admirava, discretamente, meu verso indiscreto.
Era prudente mesmo que ausente.
Era feliz mesmo que às vezes triste.
Admiro quem resiste.
A vida é coisa complicada.
E quem disse que toda matéria deve ser explicada?
Coisa de professor que quer tudo certo,
Mal sabe ele que a vida acontece no momento mais incerto.

Alminha


Diziam que ele tinha alma vazia.
Na verdade, estava cheio de poesia.
Chorou. Sorriu. Cantou e partiu.
Um verso sempre tem seu inverso.
Um beijo, às vezes se realiza,
Outras vezes é só desejo que se perde na brisa.
Diziam o que muitos dizem.
Faziam o que muitos fazem.
Agiam como muitos agem.
Pensavam ser Caciques,
mas eram Pajens.
Desejavam ser reais,
mas eram miragens.

Exigência


Eu disse que a alma cansa.
Você me quer adulto, sou criança.
Me considera adúltero, sou confiança.
Deseja o corpo, só tenho alma.
Não tenha pressa.
Sou muita calma.

Arisque


Nunca risque da lista um bom uísque.
Nunca diga jamais.
Quem sabe o tempo também cansa.
Esperança é coisa de butique.
Arisque.
Às vezes, menos é mais.

Fotografia


Ele pousou, pra foto de pensador.
Tudo o que se deu valor como virtude,
Na verdade era dor em ápice de latitude.
Não compreendeu a geografia.
A noite faz parte do dia.
É estranho, eu sei.
E quem disse que pra ter castelo
precisa ser rei?

Digitação


Aquilo que escrevo não é tudo o que desejo.
Aquilo que penso, nem sempre vale o apenso.
O “word” nem tudo corrige.
A vida, nem sempre dá o que você exige.
Por isso, evite o rebuliço.
Faça tudo o que deseja.
Vida tudo o que quer vivido.
Tempo só pensado
É sempre tempo perdido.

Surto

Num surto sou surdo.
Numa ação sou reflexão.
Numa paixão sou emoção.
Na pluma sou bruma.
Na vida sou guarda.
No momento sou tormento.
Na filosofia sou poesia.
No Direito sou esquerdo.
Na Educação sou ação.
Na poesia sou alma vazia.
Na vida sou turbilhão.
Na noite sou dia.
No dia, escuridão.

Post

Quem tem beleza publica foto.
quem é crente, publica que é devoto.
Quem é político, pública o voto.
Eu que não sou crítico,
publico grito,
silêncio evoco.

Poesia e Sexo


Não quero o reflexo.
Quero a imagem.
Não quero só verso.
Também é bom o sexo,
Selvagem.
Não quero só poesia.
Gosto de alegria.
Não quero só o amor.
Quero calor.
Não quero só paixão.
Poesia e sexo têm quer tesão.

Sexta-Feira


Para alguns, sexta-feira é dia de festa.
Para outros, sexta-feira não exige pressa.
Há quem defenda, que sexta-feira é dia de venda.
Tem que argumenta, que na sexta-feira tudo se tenta.
Para o supersticioso, na sexta-feira morre um teimoso.
Para o poeta, a sexta-feira é indiscreta.
O filósofo, ainda está pensando...
Para o boêmio, sexta-feira é dia de prêmio.
Para o amante, sexta-feira é dia de tesão.
Para o caloroso, toda sexta-feira deveria ser verão.
Para o comerciante não importa o tamanho da sexta, todo dia é dia de feira.
Para o paranoico, não precisa diagnóstico.
Para o casado, sexta-feira é treze.
Para o padres, sexta-feira é santa.
Para o cantor, sexta-feira é dia de gastar a garganta.
Para o filho, todo dia é brilho.
Para mim?
Que a sexta-feira seja assim,
ou como você quiser.
Sexta-feira é para o que der e vier.

Calçada


Sentou.
Esperou na calçada.
Mendigo do amor.
Saudade da amada.
Levantou.
Foi pra outro lugar.
Saudade se mata.
Calçada é pra pisar.
Mendigo deve andar.
Amor é pra amar,
Não pra sentir saudade.

Dor de amor


Se você diz que a dor é de amor.
Está enganado.
Ou não tem dor ou é amor estragado.

Tolice

Quem foi que disse que há tolice no amor?
Quem foi que explicou porque o mundo ainda não acabou?
Quem foi que compreendeu tudo o que aconteceu?
Quem foi que acreditou no apocalipse?
Não sei quem foi.
Mas sei quem disse:
"Na vida jovem não espere a velhice
pra se arrepender de ter amado,
feito o mundo se acabado numa tolice
que não tenha experimentado."

Aquecer


Lareira aquece o corpo.
Para a alma, vinho.
Reto ou torto.
Calma ou pressa.
Atravessa o caminho.

Noite solitária.
Solidão da lua.
Sozinha estrada.
Pele nua.
Alma amada.

Vida solidária.
Passageira dor.
Sonhos em fogo árduo.
Desejos de sabor.
Beijos na boca imaginária.
Da amada púrpura,
Luxúria, prazer e flor.

Real


Livre como o vento.
Pensamento liberto.
Tulipas no deserto.
Sentimento.

Livre qual criança.
Sorriso na boca.
Vontade louca.
Esperança.

Livre como a liberdade.
Sem medo.
Cheia de segredo.
Realidade.

Crime ou castigo

E agora meu amigo?
A taça secou.
O fogo pagou.
A noite dormiu.
O dia sumiu.
A lua está distante.
O sonho é errante.
A vida é sozinha.
A pedra no caminho.
O sono chegou.
A coberta me espera.
O amanhecer é possível.
Viver é previsível.
Morrer é possível.
E agora amigo?
É crime ou castigo?

Traça estranha

Segurava, de vinho cheia a taça, quando olhou os livros e viu correr uma traça. Levantou-se, estupefato, e súbito gritou:
- "Mas que sem graça. Desgraçada ainda te mato."
Que absurdo estupendo. Era efeito de muito vinho ou a traça ridícula estava mesmo lendo?
Coisa estranha, a imaginação tamanha que produz a embriagues. Quem é feio, olha-se bonito no espelho. Quem é pobre pensa que é burguês. Quem é chato, defende que isso não é fato.
Divagação tamanha, observar a lareira. Queima sonhos, queima, ar, queima lenha. De muitas coisas, existe uma que sempre é bonita: alma que grita.
Guarda o livro. Assopra o vento. Vai o frio, volta o pensamento.
- "Não acredito." Suspirou o maldito;
- "Isso já é façanha. A dona traça, assustou a arranha."
Guardava, de vinho vazia a taça, quando olhou a alma e perdeu a graça.

Intensidade

Que a vida seja intensa.
Que a intensidade seja imensa.
Que a imensidão seja mais extensa.
Que a extensão seja presença.
Que a presença seja vida intensa.

Ardência

Lareira arde.
Ardo.
Amanhece.
Tardo.
Noite escurece.
Lareira aquece.
Eu?
Esquece.
Sou ardência.
Aquecimento.
Ausência.
Fardo.

Dizeres

Dizem que a vida é mais real que a poesia.
Dizem que a noite é mais escura que o dia.
Dizem que o frio é mais triste que o calor.
Dizem que os sonhos, só trazem dor.
Dizem que os outros dizem tantas coisas diferentes.
Dizem que há mais maldade do que gente.
Dizem dizeres que tantos inventaram.
Dizem que você só acredita em tudo isso,
Se viver o mundo que os outros criaram.

Eu, poesia

Eles diziam que eram sérios.
Eu, pobre e mistério.
Diziam que eram flor-de-lis.
Eu, quadro negro com risca de giz.
Eles e Elas se confundiam na noite.
Eu gemia sobre o açoite.
Pobre coitado, se compadeciam.
Mal tinham a ciência,
Pobres e coitados eram os sem paciência.
Eles diziam que eram a luz do dia.
Eu, pura nostalgia.
Eles só viviam.
Eu sonhava enquanto eles morriam.
Eles eram seguros, dotados de razão.
Eu, escuro perdido em emoção.
Eles pensavam.
Eu agia.
Eles eram ciência.
Eu, poesia.

Roupa com frisos

Estou profundamente triste.
Ao sair de casa, pedi um riso.
Quando retornei, a faxineira que insiste,
Encheu minhas calças e camisas de frisos.
Não quero roupa passada à moda antiga.
Quero uma vida apaixonada e amiga.

Literatura e esperança



A literatura é sempre alma pura. Viver é um ato de imprudência. Escrever é uma ação da liberdade. Quando encontramos a noite no meio do dia, significa que a alma exige mais poesia. Quando encontramos luz, no meio da noite, significa que começou a esclarecer o que é obscuro.
No seio de cada um existe um turbilhão. Paixão é coisa que acontece. Amor é um talvez que ninguém entende. Todos conhecem e sabem prescrever milhares de fórmulas mágicas sobre a vida. Mas automedicação é sempre desaconselhável. O que fazer com aquilo que arde no peito e se espanta diante do infinito da existência? Persistência. O tabaco e o álcool agem sobre os neurotransmissores. Drogas depressivas ou realistas? Persistir é uma ação que exige paixão.
Quando não nos apaixonamos, não nos encontramos não nos entregamos, não chegamos aos objetivos.
Dizia um velho sábio, assim como se aceita como sabedoria tudo o que vem dos velhos:
- "Pequeno filho, sonhe à vontade e a seu prazer. Mas não sonhe o suficiente para que não tenha tempo de viver."
Escrever é transbordar sonhos, vida, noite e dia. Escrever é sonhar na forma de poesia. Escrever é viver a tristeza com gosto de alegria.
A filosofia é algo muito estranho. Faz pensar que às vezes você pode ser maior que o teu tamanho. São tantas ideias que começam a chegar na cabeça. Filosofia é saber morrer antes que você padeça.
A literatura é sempre alma pura. Por mais intensa que seja a amada, nunca terá amor que sempre dura. Viver é uma coisa bem esquisita. Existe beleza onde há feiura. Às vezes, existe face feia que tem alma bonita. Beleza, inteligência e vida, é coisa rara que só se encontra na literatura.
Solidão é um desafio sombrio. Nenhuma sombra faz sentido se não houver um ente querido esperando do outro lado. Paciência exige muito esforço e incerta recompensa. Por que correr o risco? Toda festa exige música, risos, bebidas e petisco.
Literatura é coisa inútil, mas mesmo assim, teimam em escrever. Antes de questionar a utilidade de alguma coisa, pergunte antes se é útil viver.
Não sei por que escrevo. Não sei que sentido isso tem. Escrevo porque as palavras não ficam quietas no pensamento. Escrevo porque os sonhos também são vida. Escrevo porque a solidão é uma atitude. Escrevo porque a poesia nasce repentinamente. Escrevo para deixar na dúvida, se sou feliz ou vivo tristemente.
A literatura é sempre alma pura. Não confie no que escrevem os poetas, são atormentados constantes. Nunca acredite nos literatos, só espalham boatos. Mas afinal, em quem confiar? Confie apenas nas crianças, são as únicas que vivem sem nada precisar...