8.3.14

Brinde



Um brinde aos desajustados.
Aos que nasceram no tempo errado.
Aos que vieram cedo ou tarde demais.
Um brinde aos poetas entristecidos,
Que fazem versos sofridos.
Aos filósofos que fazem pensar aos demais.
Um brinde de Chardonay em Palermo,
Na noite castelhana de bicicletas na rua.
Um brinde à lua por me escutar.
Um brinde aos que nunca brindam,
Porque estão presos e temem a liberdade.
Um brinde aos amantes transeuntes.
Aos que deixam saudades na mesa do bar.
Um brinde aos que brindam,
Porque sempre findam a se amar.
Um brinde aos que ainda não morreram.
Aos que foram e sofrem sem voltar.
Brindemos porque depois da morte não bares noturnos,
Não escuro nem sol.
Um brinde ao brinde que leva o medo.
Um brinde em segredo.
Desejos de renascer no tempo certo.
Brindemos aos desajeitados
Que se ajeitam na boemia.
Um brinde, enfim, ao fim do dia.
Um brinde nessa companhia
Que me dá alegria em brindar.

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