8.3.14

Chorar



Às vezes eu choro, mas não é de tristeza, nem de saudade, nem por causa da dor ou do amor. Choro, por causa da certeza de tantas possibilidades da vida perdidas pela mediocridade humana e da minha insignificância de um aceitar solitário. Choro pelo aceitar que não é solidário. Não que me faltem companhias que choram pelo mesmo motivo. Chorar, pra mim, não é covardia e nem desespero, isso não vale nem sequer uma lágrima. Chorar é quando a alma não consegue escrever poesia, é quando a vida é cheia, mas se torna vazia. Viver sozinho é uma opção, mas morrer em conjunto, fingindo ser vida, é covardia. Sonhar com o que é perfeito é falta de razão. Viver como se fosse sozinho no mundo, é falta de emoção. Não ser coerente é falta de coragem. Chorar porque a vida dói é falta de realidade. Apenas reclamar, é falta de iniciativa. . Iniciativa sem responsabilidade é falta de caráter. Às vezes eu choro. Sou um poeta. Não aguento o que é pouco e o que tem regras demais. Minha regra é seguir em frente, mesmo que seja necessário chorar às vezes.

Nenhum comentário: